Jozuel Moura
Literatura, poesia e canções.
domingo, 9 de outubro de 2016
Tinta, concreto e poesia
Vou passando minha mensagem
pelos muros da cidade.
Colorindo esse mundo
Com histórias e verdades.
Meu gatilho é o "cap"
e com ele faço a lei.
Cada rima desse rap
Sai do som do meu spray.
É a arte do gueto
chegando pra você.
Não critique
Por apenas não entender.
Do muro fiz a tela,
grafitei o nome dela.
Do vagão fiz o cartão,
Que mandei pra outra estação.
Do grafite fiz a rima,
grafitar é minha sina.
Vá em frente não se entregue,
deixo aqui a minha "tag"
sexta-feira, 7 de outubro de 2016
De pernas pro ar
e deixou minha vida de pernas pro ar.
Apagou minhas lembranças,
acendeu novas chamas.
Bagunçou minha cama
e me fez acordar.
Ébrio
Palavras ébrias cambaleiam sobre elas.
Tudo gira, tudo vira poesia.
Vira prosa.
Um porre com palavras sem vergonha.
Um diálogo com palavras sem assunto.
A fumaça das palavras que se foram.
A ressaca das palavras que virão (no outro dia.
Tropeçando em vírgulas,
caio sem palavras
em palavras espalhadas pelo chão.
Me recomponho e risonho saio.
Segue-me a minha sombra muda até o meu portão.
Um diálogo secreto.
Entre eu e a fechadura.
Que guarda a língua a cala-se.
Vou dormir então, com a solidão das palavras duras.
(Meados de 2000 e alguma coisa).
sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013
Quebrando átomos
Perdi minha identidade à medida que o mundo virtual foi tomando espaço. É como se tudo tivesse sido jogado na lixeira e um livro novo me fosse dado para escrever. No entanto, não há tinta e nem papel.
Esse novo livro mais se parece com um mosaico de colagens aleatórias que me chegam sem ter a menor identificação comigo. São imagens que carregam os mais sórdidos trajes que se possam imaginar. Falsas alegrias, falsas crenças, falsas amizades, falsas doutrinas, falsos sentimentos, falsas amizades que se vão e chegam com um abrir e fechar de páginas.
O mundo virou um liquidificador exorbitante, misturando crenças, descrenças, opiniões com falta de, afinidades, oposições, grupos, subgrupos, famintos, exagerados, cegos, críticos, pensadores, estudantes, professores, pais, filhos, senhores e escravos. Uma mistura quântica de energias capazes de sacudir o mundo de qualquer cidadão pensante.
E assim aconteceu. O mundo acabou, a bomba explodiu e voltei pro meu cantinho, que é só meu.
Me visto agora com meus velhos trajes. Poesias, literatura, músicas das mais diversas paisagens, sob a sombra de frondosas imagens, enquanto apoio minha cabeça na obra de Cervantes, cavalgando pelos campos da minha mente.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2013
Papel em branco.
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Epitáfio
Nossos dias de poesia se calaram,
São agora palavras mortas,
sepultadas em livros.
Sob o túmulo onde jaz tais sentimentos,
ainda brotam sonhos e fantasias.
Sementes trazidas pelo vento,
que as vêzes penso sussurrar seu nome.
Ah! o tempo, o tempo, o tempo...
Parece calado!
Parece lento!
Sem o mel de suas palavras,
sinto-me prisioneiro de seus poemas,
trancafiado nas páginas
que se amarelam com o tempo,
como uma flor seca marcando um capítulo
que se congelou no tempo da minha alma.
Nuanças.
Foi tão lindo amor,
o dia em que
te encontrei entre as flores.
Você sorrindo,
seus olhos fechando
e eu caído de amores.
Me fiz poesia,
desfiz-me em palavras,
em sons e cores.
Fiz uma estrada,
uma casa, um jardim,
uma ponte entre as núvens.
Em nosso caminho
riachos, ninhos,
pássaros, sonhos,
o sol, as estrelas,
o desabrochar,
o tempo parado,
esperando...
você chegar.
Vem, pintar com mãos de fada um sonho bom.
Com tons de amor e paz unir cores e sons.
O tom do amor é maior
que o mundo.
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Chuva
jogando sementes
por todo o quintal.
De tal modo que as mudas
crescem caladas,
na calada da noite
em que sonho contigo.
E vejo brotar-te
por todos os cantos v e me encanto de um tanto,
que fico em meu canto a pensar.
Que pensar em te ver
assim florescer,
me faz chover em você
lágrimas de Amor...
Beco
sexta-feira, 4 de julho de 2008
Fragmentos
Bebi com os poetas " uma noite na taverna " e me disseram que " o passado é o que se foi, é a flor que murchou, o sol que se apagou, o cadáver que apodreceu ". Um outro ainda me disse entre tragos: - " Os lábios da garrafa são como os da mulher, só valem beijos enquanto o fogo do vinho e o fogo do amor os borrifa de lava ". -Amei e dei vexame" Chorei e deixei alguém chorando. Rí muito e por alguns instantes estampei o sorriso na face de alguém. " Confesso que viví " e que " tudo pode ser feito, ainda que com cuidados infinitos ". " Não nascí pra condenar, nascí pra amar ". " Os únicos inimigos que tenho, são os inimigos do povo ". Entre todas as coisas " o que mais se parece com a poesia é um pão ou um prato de cerâmica ou uma madeira delicadamente lavrada, ainda que por mãos rudes ". e para os que acreditam que a poesia está morta, acreditem, " ela tem as sete vidas do gato ". Ela foi molestada, arrastada pela rua, cuspida e escarnecida, confinada para que se afogasse, e desterrada , encarcerada, deram-lhe quatro tiros e saiu de todos esses episódios com a cara lavada e um sorriso puro ".
" O ar do mundo transporta as moléculas da poesia, leve como o pólem ou dura como o chumbo, e essas sementes caem nos sulcos ou sobre as cabeças, dão às coisas ar de primavera ou de batalha, produzem igualmente flores ou projéteis ".
E cansado o poeta disse: - " Se os poetas respondessem com sinceridade, confessariam: não há nada tão belo quanto perder tempo ".
No trem de ferro do poeta fui a " Macondo ", viví " cem anos de solidão ", passei pela peste da insônia, esquecí nomes . Sentí saudades dos tempos que se foram, e os " Buendias " me disseram que " a memória naõ tem caminhos de regresso ". Cansado de tantas emoções que alí senti, as alegrias e tristezas ali vivídas,peguei o trem novamente sem destino. O trem balançava, rangia.
- Virge Maria que foi isso maquinista?
Agora sim
Café com pão
Agora sim
Voa fumaça
Um escritor inconformado em seu assento resmungava: - " O mundo terá acabado de se fuder, no dia em que os homens viajarem de primeira classe e a Literatura no vagão de carga ", como é que pode uma coisa dessas, " as coisas mais insignificantes tem as vezes, maior importância e é geralmente por isso que a gente se perde ".
" Os doidos nem sempre dizem incoerências ", " crime e castigo ' são duas faces da mesma moeda, " o crime é um protesto contra a anormalidade do organismo social, a natureza humana não é levada em conta ".
" A solidão eleva a intelectualidade ".
" Penso, logo existo ".